Iansã
A Orixá
Dentro do estudo da Umbanda Sagrada Mãe Iansã pertence a 5º Linha de Umbanda ou Linha da Lei, onde rege esse mistério junto com Pai Ogum, sendo que a ela se atribui o fator direcionador e cósmico e a ele o fator ordenador e passivo. A onda que irradia da Orixá atinge os seres direcionando-os, ou seja, o mistério de Mãe Iansã é o caminho para quem se encontra desordenado e sem saber por onde começar. Se Ogum abre os caminhos, Iansã aponta qual é o melhor caminho. Essa ação faz parte do seu princípio cósmico, que na prática se refere a atividade reparadora que a Orixá desenvolve no ser. Se a pessoa está em equilíbrio com suas ações e positivado no sentido da vida que regem esses Orixás, será amparada pelo fator universal que no caso da linha da Lei corresponde a Ogum.
Mas se por algum motivo, nesse campo, o desequilíbrio é o que acontece, então é Iansã que comparece trazendo a reparação para aquela situação.
Vamos colocar agora, em questão dois tipos de pessoas: a que tem um foco ou objetivo de vida e deseja abrir o caminho para que coisas se realizem nesse aspecto e as que ainda não sabem qual caminho pretendem trilhar e estão de certa forma desorientadas.
Para a primeira situação o fator que responde é o universal/amparador de Ogum e a segunda o cósmico/reparador de Iansã, ou seja, são dois lados de um mesmo mistério: ordenação.
A irradiação divina de Iansã irá refletir em seus filhos o magnetismo em forma de curvas alternadas, de ordem positiva e ativa e de natureza eólica e sempre que os seres forem fatorados por ela eles serão estimulados à busca contínua e a mobilidade constante.
Fator Negativado O fator oposto e negativo ao mistério dessas Divindade é a imobilidade. No campo dos elementos Iansã responde ao vento e as ventanias, quando falta a presença desse elemento eólico nos seres, eles se tornam mais “apáticos”.
Como Iansã emana essa energia movimentadora é característico que suas filhas tragam na personalidade esse perfil aguerrido, forte, agitado e vivaz.
As filhas de Iansã são emotivas e se não se impõem, revoltam-se e abandonam quem não se submete a elas e logo estão estabelecendo novas ligações, em que imporão.
No negativo, são apaixonadas, bravas, emotivas, de pavio curto, falantes, briguentas, intolerantes, não perdoam quem as magoa e são explosivas. Já no positivo são envolventes, risonhas, alegres, amorosas, cativantes, má sem pieguice, possessivas com os seus, amigas e companheiras leais, mulheres decididas que tomam iniciativas ousadas, expeditas, ágeis no pensar e no falar, objetivas e lutadoras e são líderes natas.
Sincretismo
No Brasil ocorre o sincretismo entre a Orixá e a Divindade católica Santa Bárbara. Em algumas regiões ela também sincretiza com Santa Catarina, entretanto o dia de comemoração da Orixá com maior expressão é no 4 de dezembro, dia dedicado à Santa Bárbara no calendário católico.
Tanto as santas, como Iansã partilham também de elementos e simbolismos em comum, como a personalidade forte, imponente e no caso de Santa Bárbara também a presença do simbolismo do raio, que compõe parte da sua lendária história.
Já na tradição africana Iansã pode ser chamada de Oyá, que dentro da mitologia Iorubá é uma divindade das águas e ventos.
Alguns mitos contam que o nome de Iansã teria sido dado a Oyá por Xangô e seu significado diz algo como “a mãe do céu rosado” ou “a mãe do entardecer”.
Há também o Itã {mito} que conta que Oyá desejava muito ter um filho e como não poderia concebe-lo, resolveu recorrer a um babalaô que indicou a ela a feitura de um ebó.
Feito o ebó Oyá deu à luz não a um filho, mas sim a nove! Após a gestação, quando Oyá passava por entre as pessoas era chamada de Iansã. O Itã diz que no yorubá Iansã significa ‘mãe nove vezes’.